Design Thinking

 
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O termo é ainda bastante novo e tem sido usado de muitas formas, dependendo do gosto e da necessidade do usuário do termo. Uma forma tentativa de traduzir o conceito de design thinking para a língua portuguesa poderia ser “abordagem do design.” De uma maneira geral, refere-se ao modo de ser, pensar e fazer da disciplina do design, isto é, as estratégias típicas dos designers para resolver desafios próprios dessa área. Esses desafios geralmente envolvem criar um novo produto, serviço, comunicação ou marca, que atenda ao desejo do consumidor ou usuário de forma inédita e lhe confira uma identidade distintiva. 

Esse modo de ser, pensar e fazer fica implícito no processo de abordagem do problema a ser resolvido. Este envolve, num primeiro momento, a compreensão do que os usuários precisam, o que lhes incomoda, como eles se relacionam com as “coisas” que estão à sua volta etc. Ou seja, o processo começa por entender as “pessoas”, daí ter predominado nessa área o conceito de design centrado nas pessoas (human centered design). Na sequência desse processo, o designer aplica a criatividade para idealizar várias soluções, que são materializadas por protótipos rápidos e grosseiros. Essa etapa permite somar a compreensão visual e tátil do objeto do design, envolvendo todos os sentidos do corpo. O designer trabalha com a mente, coração e mãos. Uma característica marcante dessa etapa é a habilidade do designer de operar de forma holística, isto é, com o todo e as partes simultaneamente. Ou seja, design thinking tem de forma implícita um caráter integrador em sua abordagem, o que pode ser de interesse para confrontar o pensamento fragmentado predominante nas organizações. Outra característica distintiva dessa etapa do processo é que o pensar e o fazer se comunicam ininterruptamente, isto é, o “fazer” as ideias (protótipos) anda de mãos dadas com o “pensar” de forma criativa (idealizações). 

Na etapa seguinte do processo é feita a convergência das idealizações com os aspectos tecnológicos, de materiais, do sistema produtivo e de distribuição, de forma a garantir a viabilidade da solução sem perder a essência de sua criação. Um protótipo bem-acabado, por vezes até funcional, permite a expansão do grupo de pessoas que avaliarão a solução. A atividade do designer de produtos termina com a transferência das especificações da solução para as áreas de desenvolvimento (marketing, engenharia, produção etc.). 

O grande interesse pelo que está implícito na abordagem do design repousa na possibilidade de se levar para outras áreas da organização o conjunto de habilidades dos designers que lhes faculta trabalhar com problemas imponderáveis de partida e, ainda assim, chegar a soluções muito concretas e palpáveis. Essa habilidade poderá transformar as empresas que ainda resistem a mudar do modelo mecanicista repetitivo para uma nova forma mais apropriada à velocidade das mudanças da época atual. 

Outras possibilidades apontam para a própria criação de novos negócios, como se fossem objetos de design, aplicando-se o mesmo processo e abordagens que são reconhecidamente eficazes para a criação de produtos e serviços.